RESOLUÇÃO POLÍTICA DO DIRETÓRIO NACIONAL DA UNIDADE POPULAR PELO SOCIALISMO

30 de maio de 2025
foto: Yanni Avellar/ JAV RJfoto: Yanni Avellar/ JAV RJ

INTERNACIONAL


As guerras para pilhagem dos recursos naturais e de matérias-primas são o desdobramento das guerras comerciais entre as potências e monopólios imperialistas. Essas guerras são parte da crise de superprodução global do capitalismo, um dado concreto da situação internacional atual. De fato, para a oligarquia financeira, a crise só pode ser superada conquistando áreas de influência, dominando territórios e usurpando as riquezas neles contidas. Para isso, as potências imperialistas fazem guerras de rapina, aprofundando as contradições interimperialistas e produzindo a morte de milhares de vítimas inocentes, além de milhões de pessoas que passam a viver como refugiados e imigrantes.

Os líderes das potências imperialistas, que financiam e dão sustentação aos países em guerra, têm as suas mãos sujas com o sangue dos inocentes, vítimas da guerra de anexação da Ucrânia pela Rússia, agravando ainda mais o sofrimento do povo ucraniano, que já é vítima do governo neonazista de seu próprio país. Na Faixa de Gaza e na Cisjordânia, o povo palestino é massacrado pelo Estado sionista, colonialista e racista de Israel, com o apoio dos EUA e, no mínimo, a cumplicidade das demais potências imperialistas. Esse povo vive em um verdadeiro campo de concentração a céu aberto, sem direito a comida, água potável e sofrendo bombardeios que buscam exterminar inclusive crianças.

Apesar de tudo isso, cresce a solidariedade mundial ao povo palestino, e não conseguiram pôr fim à resistência palestina nos territórios ocupados. Esses conflitos não se resolverão com base na construção de novos blocos econômicos ou no reforço dos velhos blocos, pois ambos, na prática, estão mais interessados em controlar os mercados e a economia mundial para seus monopólios, como mostra a recente briga de tarifas entre EUA e China.

A emancipação do povo trabalhador não passa por escolher entre apoiar alguma das potências imperialistas em disputa, mas sim construir uma revolução proletária internacional que liberte o conjunto da classe trabalhadora desse sistema capitalista que nos explora, violenta e oprime.

NACIONAL


Em nosso país, o povo está comendo menos devido ao aumento dos preços dos alimentos e ao arrocho salarial; cresce o endividamento das famílias, o que se expressa com mais de 75% dos lares brasileiros convivendo com dívidas; e o desemprego lança milhões de famílias no abismo da fome e da miséria. Mesmo com as promessas de mudança da política de juros, o que temos visto, após a nomeação de Gabriel Galípolo ao Banco Central, é o aprofundamento de uma política de aumentos sucessivos na taxa de juros, que hoje atinge o exorbitante índice de 14,75%, um acréscimo de 2,5% em relação aos índices praticados por Roberto Campos Neto.

As privatizações de serviços essenciais, como o transporte e a água, representam uma piora da qualidade de vida das pessoas pobres, já que uma imensa parcela não terá dinheiro para pagar o aumento dos preços que será consequência do controle dos capitalistas sobre esses serviços. Aos trabalhadores, as classes dominantes reservam o trabalho precário e sem direitos e, para quem ainda tem direitos trabalhistas, querem impor a pejotização, ou seja, o fim do direito a férias, 13º salário, descanso semanal remunerado, proteção em caso de acidente de trabalho, salário-maternidade e seguro-desemprego. Agravando ainda mais esse cenário, milhares de mulheres são assassinadas, vítimas de feminicídio, e a juventude, especialmente negra e pobre, nas periferias, é assassinada pela violência policial.

Se depender das classes dominantes, a solução é implantar governos fascistas para promover as privatizações, retirar dinheiro das áreas sociais e, além disso, promover a violência contra os pobres e reprimir violentamente as manifestações contra as suas medidas impopulares, como assistimos, por exemplo, em São Paulo, com a repressão violenta às manifestações contra as privatizações da Sabesp e dos trens. Tanto é assim que tentaram dar um golpe em nosso país, desrespeitando o resultado das urnas e agora querem sair impunes com uma anistia para os fascistas e golpistas. Precisamos lutar para pôr um basta à ameaça fascista no Brasil, colocando Bolsonaro, os generais e todos os que financiaram a tentativa de golpe de Estado atrás das grades.

Também não podemos permitir a conciliação com os torturadores e assassinos de ontem e de hoje; é preciso exigir a punição, a abertura dos arquivos da ditadura de 1964 e não fazer vista grossa nem conciliar com os generais fascistas. Porém, o Governo Federal adota uma política econômica que fortalece economicamente setores da extrema-direita, como os banqueiros e o agronegócio. Uma política neoliberal, que mantém o pagamento da dívida pública, concede financiamento de R$ 400,58 bilhões para o agronegócio, não adota nenhuma medida para taxar as grandes fortunas, limita o aumento do salário mínimo, reduz o Benefício de Prestação Continuada (BPC) e restringe o abono salarial. Ainda promove cortes de investimentos públicos em áreas sociais.

Na educação, o recente anúncio de corte no orçamento das universidades e institutos federais impede o funcionamento das instituições, relega nossa juventude à falta de uma formação de qualidade e inviabiliza o desenvolvimento de pesquisas e tecnologia.
O resultado dessa política econômica é submeter o país e seus recursos ao agronegócio, aprofundar a dependência nacional em relação aos banqueiros e ao capital estrangeiro da China e dos Estados Unidos.
Os partidos governistas, em nome da governabilidade burguesa, se aliam aos partidos de direita que compõem o centrão, entregam ministérios e elegem seus representantes para a presidência da Câmara e do Senado.
Tudo isso coloca diante do nosso partido uma tarefa que só nós podemos cumprir: deixar claro que essas alianças só fortalecem a extrema-direita e lutar pela mudança dessa política econômica. Denunciar o pagamento da dívida pública, os cortes de direitos e o financiamento do agronegócio. Denunciar a pejotização e os ataques aos direitos trabalhistas, assim como o arrocho salarial dos servidores públicos.

As lutas pelo fim da fome, com os atos em supermercados, revelaram uma grande adesão e disposição de luta, além de resultarem na conquista de 16 mil cestas básicas para o povo que tem fome. Da mesma maneira, as mobilizações pelo fim da escala 6×1 aglutinaram milhares de trabalhadores dispostos a lutar, além de terem entrado nas pautas de campanhas salariais de vários sindicatos. Não podemos abandonar essas bandeiras; pelo contrário, é hora de aprofundar essa luta.

Também estivemos juntos e devemos dar força incondicional aos trabalhadores em greve, como os trabalhadores de aplicativos, os enfermeiros de Recife e os servidores municipais de todo o país, que enfrentam o desmonte das administrações neoliberais. Greves e paralisações ocorrem no seio da classe operária, como a greve da construção civil em Fortaleza e Caruaru, e dos calçadistas de Carpina. No serviço público federal, ocorre a greve da Cultura e os trabalhadores técnico-administrativos em educação lutam pelo cumprimento dos compromissos arrancados do governo federal. Precisamos estar atentos e prontos para os combates em defesa dos interesses da nossa classe.

Por fim, toda a nossa militância está convocada a organizar as panfletagens, atos, dias nacionais de luta e campanhas de filiação e organização de núcleos de luta da UP

Pelo fim da escala 6×1
Redução dos preços dos alimentos
Prisão para Bolsonaro e os generais fascistas e golpistas
Aumento de 100% do salário-mínimo


Diretório Nacional da Unidade Popular pelo Socialismo
25 de maio de 2025

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