TODA SOLIDARIEDADE AO POVO PALESTINO!

8 de outubro de 2023

Ao longo das décadas, temos sido testemunhas das profundas cicatrizes causadas pela violência colonial e imperialista imposta pelo Estado de Israel contra o povo palestino. Os direitos humanos básicos e a dignidade do povo palestino têm sido sistematicamente violados, desde deslocamentos forçados, detenções arbitrárias, até a negação do direito de retorno dos refugiados.

Desde janeiro, mais de 200 palestinos foram assassinados. Ontem (07/10), após uma retaliação à violência colonial israelense, 232 palestinos foram mortos. Ao longo do dia, o Estado de Israel declarou “estado de guerra”, mas não é isso que os povos palestinos vivem há 76 anos?

Devemos lembrar que, em 2002, 46% da população israelense pronunciou-se a favor da expulsão dos palestinos da Cisjordânia, em uma espécie de limpeza étnica. Já em seus processos de expansão colonial, o Estado de Israel ampliou suas fronteiras em mais de 50% além das áreas atribuídas ao Estado judeu pela Organização das Nações Unidas em 1947, enquanto a área destinada aos palestinos já foi reduzida em cerca de 60%, e tudo isso sem contar as colônias e as outras expropriações realizadas por Israel na Cisjordânia. Apenas em 2020 e 2021, Israel demoliu 848 estruturas residenciais e de subsistência palestinas na Cisjordânia ocupada, incluindo Jerusalém Oriental, deslocando 996 pessoas.

Além disso, atualmente, os árabes representam apenas 21,1% da população israelense, ao mesmo tempo que são representados estatisticamente de maneira desigual nas prisões israelenses, sendo 71% dos encarcerados em Israel de origem palestina. De acordo com estimativas palestinas, 70% das famílias palestinas tiveram um ou mais parentes condenados à prisão em prisões israelenses como resultado de atividades contra a ocupação.

Até agora, em 2023, agências internacionais registaram 591 incidentes violentos relacionados com colonos israelenses, resultando em vítimas palestinas, danos materiais ou ambos, a média mensal mais elevada de incidentes desde o início dos registos, bem como o deslocamento de mais de 400 palestinos de suas terras em sete comunidades devido à contínua violência dos colonos. Como se não bastasse, 92,3% das mortes palestinas deste século são causadas pelo exército israelense.


AS ARMAS QUE ASSASSINAM EM ISRAEL SÃO AS MESMAS QUE MASSACRAM NO BRASIL!

A relação entre Brasil e Israel, no que tange à importação de armas, tecnologia e equipamento militar, tem se desenvolvido ao longo das últimas décadas. Israel é conhecido mundialmente como um dos líderes em tecnologia militar e de defesa, e vários países, incluindo o Brasil, têm procurado estabelecer acordos e parcerias com o país neste âmbito. Durante os últimos anos, Brasil e Israel têm firmado acordos para cooperação em defesa, que englobam desde a transferência de tecnologia até a aquisição de sistemas de armas. Em 2022, a Polícia Militar brasileira recebeu ao menos 600 novos fuzis de modelo israelense.

Não é à toa que a Faixa de Gaza é conhecida como um “laboratório ao céu aberto”, uma vez que o desenvolvimento de armamento e treinamento militar são comumente exercidos contra o povo palestino. Estes instrumentos de opressão, desenhados e aperfeiçoados nas ruas da Palestina ocupada, encontraram um novo campo de batalha em território brasileiro. Jovens negros e periféricos tornaram-se as novas vítimas, caídos pelas mãos de uma segurança pública armada e treinada com o aval do regime israelense.

A nível regional, na América Latina, as forças armadas dos governos fascistas buscaram treinamento militar e técnicas de repressão em Israel, com a clara intenção de perseguir os movimentos sociais. A luta por justiça e igualdade em nosso continente, que já enfrenta inúmeros desafios, vê-se ameaçada pela crescente militarização fascista e pela adoção de táticas violentas importadas de terras distantes.

Neste sábado (07/10), dezenas de milhares de palestinos se levantaram para dizer basta. A resposta de Israel tem sido unicamente assassinar quantos palestinos puderem através de um bombardeio indiscriminado. Sendo assim, a resposta do povo palestino é um grito por justiça contra o regime de apartheid imposto por Israel a milhões de pessoas.

Em face desta realidade, a Unidade Popular estende sua solidariedade ao povo palestino, bem como a todos aqueles que, em nossas terras, sofrem sob o peso da opressão do racismo. O colonialismo e o imperialismo não têm lugar no mundo moderno, e nós não iremos hesitar em defender a resistência e autodeterminação da Palestina.

A luta pela liberdade da Palestina é uma luta que ressoa em todos os cantos do mundo, e nós, da Unidade Popular, estamos comprometidos em caminhar ao lado do povo palestino até que a justiça prevaleça!

Viva a Palestina livre! Viva a solidariedade internacional!

Executiva Nacional da Unidade Popular