Os 191 anos da Morte de Simón Bolívar: O Libertador da América

18 de dezembro de 2021

Por Gabriel Fernandes

Simón Bolívar representa para a maioria dos países latino-americanos não só a libertação do passado colonial, mas também a ideia nacionalista de Pátria Unida.

O legado deste, que se expandiu por todo o continente, se manifestou mais claramente na Venezuela, na forma do bolivarianismo do século XXI, cujo maior expoente é Hugo Chávez Frías. Foi esta ideologia que, serviu de base para a coesão do povo venezuelano e posteriormente de outros países da região, desencadeando um fenômeno único do século XXI que ficará para a história com o nome de “movimento de esquerda”. Obviamente, os objetivos e metas de Simón Bolívar não podem ser classificados de socialistas, embora a história e os povos de muitos países latino-americanos tenham escolhido exatamente esse caminho. Após a morte de Hugo Chávez, os venezuelanos reafirmaram seu compromisso com o bolivarianismo para o desenvolvimento do país ao eleger Nicolás Maduro como presidente.

No entanto, a figura indiscutivelmente mais respeitada e importante na história do continente continuará sendo Simón Bolívar. O nome de Simón Bolívar na Venezuela é praticamente onipresente: desde a moeda do estado até os prédios de escritórios no centro da capital levam seu nome. No pico mais alto do país (5.000 metros), o pico Bolívar, foi erguido um busto do libertador. Alguns alpinistas que em algum momento conquistaram o cume, se propuseram a erguer um monumento ao seu herói o mais alto possível, e eles conseguiram: este busto é o monumento mais alto a Bolívar erguido em um pico montanhoso do mundo. As praças centrais de todas as cidades venezuelanas, inclusive a menor, levam o nome de Simón Bolívar, e seu monumento deve ser incluído nelas.

Durante seus escassos 47 anos de vida em que, no dia 17 de dezembro, completa-se 191 anos de sua eternidade, Bolívar conquistou para sempre o respeito dos latino-americanos. Graças à sua energia e esforços, países como Venezuela, Colômbia, Equador, Peru e Bolívia conquistaram sua independência da Espanha no século XIX. À frente do movimento de libertação, Simón Bolívar disse: “Farei tudo o que puder pela América!” E conseguiu o que muitos nem podiam imaginar.

Após a derrota definitiva das forças espanholas na América do Sul, o Congresso peruano nomeou Bolívar general com poder militar e civil ilimitado. Bolívar era tão popular com a população que em 1825 a república chamada Alto Peru foi rebatizada de República da Bolívia. Um dos admiradores de Simón, também lendário revolucionário, o conhecido escritor e poeta cubano José Martí escreveu sobre ele: “Ele viveu em chamas, e foi”. O fogo de Bolívar, como vemos, continua a esquentar até hoje.

Atualmente é difícil pensar em uma Venezuela contemporânea que não homenageie o herói nacional. Mas ninguém duvida que a América Latina é um mundo especial, diferente dos demais, no qual se misturam as culturas de diferentes povos e etnias. Muitos pensadores, inclusive ocidentais que expressaram suas ideias sobre a identidade como civilização dos países latino-americanos, na maioria das vezes, repetiram e interpretaram as ideias inicialmente expressas por Simón Bolívar, pelas quais lutou por tantos anos. Portanto, o espírito bolivariano não viverá um único século no imaginário dos líderes latino-americanos, ele continuará a inspirar esses povos amantes da liberdade.