A cada dia que passa aumenta o acumulado de ataques contra os direitos da classe trabalhadora e das camadas populares. Esses ataques acabam por ter como consequência, por um lado, a criminalização das organizações sociais populares, bem como daqueles homens e mulheres que lutam em defesa dos seus direitos e na perspectiva de mais conquistas sociais. Por outro lado, traz como consequência, a piora das condições de vida de parcela significativa da população brasileira.
Os dois casos são resultado da política de caráter fascista e anti-povo do governo Bolsonaro/Mourão e seus aliados. A sua política ultraliberal de desmonte do Estado e dos serviços públicos tem levado à extinção ou à restrição de auxílios (inclusive emergenciais) e ao sucateamento de diversas estruturas destinadas ao atendimento social de direito, como, por exemplo, o SUS – cuja falta de leitos de UTI, somados ao descaso e à política genocida do governo Federal, agravou a crise sanitária (que já ceifou mais de 164 mil vidas em nosso país).
Muitos desses elementos da política nacional de ofensiva contra os nossos direitos podem ser verificados, também, no estado do Rio Grande do Norte, particularmente, na nossa cidade Natal. O atual prefeito da capital (e candidato à reeleição pelo PSDB), Alvaro Dias, tentou despejar famílias sem-teto e em situação de rua em plena pandemia: quando nossa cidade tem mais de mil pessoas que moram nas ruas e tem o número de famílias sem moradia digna passando de 60 mil para cerca de 90 mil. A irresponsabilidade no trato da saúde pública também pode ser verificado por aqui, quando a administração municipal, ao passo que ignorou a diminuição da frota de ônibus (levando as pessoas a andarem em ônibus superlotados, sem o devido distanciamento social), fez a política demagógica de distribuição à população de remédios sem nenhuma comprovação de eficácia no combate ao Covid-19.
Por esses e outros motivos é que tanto o Partido Comunista Brasileiro (PCB) quanto a Unidade Popular (UP), além de outras forças políticas da esquerda socialista, têm buscado denunciar os crimes, as desigualdades sociais, bem como o sistema social (com sua política econômica) que leva a essas desigualdades sociais: o capitalismo.
Nessa eleição municipal de 2020 – como momento relevante para potencializar a propaganda de bandeiras políticas decisivas para as condições de vida das trabalhadoras, dos trabalhadores e das camadas populares – temos apresentado à população de Natal dois programas políticos anticapitalista, em defesa da ampliação da participação popular e no rumo do socialismo. Entendemos que apenas na defesa intransigente do Poder Popular e de medidas que ampliem o caráter público do Estado, apontando no sentido da construção de um outro sistema social, que supere a sociedade burguesa (onde o lucro vale mais que a vida), é que será possível uma alternativa a essa crise econômica, social, política e sanitária.
A agitação dessas bandeiras junto aos membros da classe trabalhadora (da cidade e do campo) e da maior parte dos estudantes e dos aposentados, ganharia em força numa unidade da esquerda socialista nesse processo eleitoral, por exemplo, entre PCB, PSOL e UP. Se não para derrotar o projeto das velhas e novas oligarquias que estão no poder há décadas, então, ao menos para fomentar a organização da luta de classes, bem como para fortalecer as lutas em defesa dos direitos sociais populares e das liberdades democráticas. A unidade potencializaria cada uma das candidaturas socialistas.
Entretanto, essa unidade não foi possível. A falta de diálogo e a indiferença política do campo hegemônico do PSOL, especialmente em relação ao sentimento da necessidade de uma unidade do campo da esquerda socialista em nosso estado, inviabilizou a construção dessa alternativa – que potencializaria, inclusive, suas próprias candidaturas, sobretudo, àquelas de caráter essencialmente socialistas.
Importante observar que, a impossibilidade dessa alternativa da unidade socialista, não é um fenômeno do restrito ao processo eleitoral. A ausência dessa possibilidade é o resultado da falta de perspectiva de unidade dessa mesma fração do PSOL nas lutas cotidianas fora do período das eleições. Dificilmente se consegue unidade eleitoral quando não há unidade para além do processo eleitoral.
Apesar da postura pouco revolucionária de setores desse partido, tanto o Partido Comunista Brasileiro quanto a Unidade Popular indicam voto crítico na chapa coletiva do PSOL, 50, à prefeitura de Natal, por motivos semelhantes. Em parte, porque entendemos que esse partido é um aliado político e, no seu conjunto, é um partido socialista. E, em parte, porque um dos nomes da chapa (companheira Nevinha) tem histórico de lutas em defesa dos interesses do povo pobre e do direito à cidade.
Para além das eleições, esses dois partidos comprometidos com a luta cotidiana, o PCB e a UP, continuarão a empreender esforços na unidade efetiva do campo da esquerda combativa, apontando para a construção do Poder Popular e no sentido do Socialismo. Convocamos as demais forças políticas e as/os lutadores sociais para se juntarem nessa empreitada de lutas de caráter anticapitalista, que é altamente necessária para enfrentarmos a atual conjuntura que vivenciamos”.
Pela unidade na luta cotidiana!
Pelo Poder Popular, no rumo do Socialismo!